22.6.09

10 Sarau da Ademar



Assim chegamos a décima edição do Sarau da nossa saudosa Cidade Ademar, com um misto de alvoroço e felicidade que brota no terreno da solidariedade. Ali no Nakasa, num final de tarde ensolarada os versos dançaram numa valsa de amor e dor (como diria nossa Neguinha). A cultura libertária disputou espaço, lado a lado, com a cultura de dominação das massas, Sarau com a casa cheia e estádios vazios. Sem rancor, gosto de ver meu time jogar, mas ter opção é buscar o novo, optar por algo que transforme, sempre. Para os que estiveram conosco, certamente um dia para continuar lembrando por muito tempo, para os que estiveram em frente a TV, assunto para alguns dias ter o que falar.

A educação foi nosso tema, sempre atual e bastante caro a nossa periferia. Descaso proposital para manter-nos servis ao processo produtivo de mercadorias, para manter-nos fora das universidades públicas e por conseqüência das melhores oportunidades na sociedade. Precisamos de escolas que formem seres humanos críticos, capazes e solidários e não mão de obra barata. Escola que não seja contingência de crianças para aumento de estatísticas em um ambiente infértil ao conhecimento, com respeito aos educadores e educandos. Sem promoção automática com menos alunos por sala e mais salas abertas e equipadas adequadamente.

Para tanto dedicamos este décimo Sarau ao maior educador brasileiro, Paulo Freire, autor de “Pedagogia do Oprimido” entre tantos outros livros com seu método de alfabetização libertário de autonomia.

Foi expressiva também a participação de todos no Sarau que participaram da dinâmica proposta pela nossa amiga Gisele, de compor uma poesia coletiva sobre educação e que teremos a satisfação de versá-la na abertura de nosso próximo Sarau.

Ficamos extremamente felizes também coma participação especialíssima de Wesley Noog, um desses caras que trazem consigo a magia que nos contagia com esperança. Autor e compositor de alto calibre da nossa música brasileira que de verdade vai “aonde o povo está”, para além de tudo se emocionar como ele mesmo nos disse.

Aos, cada dia mais afiados poetas de nossa periferia e de tantas outras que já somam conosco nesse espaço de resistência que virou o Sarau da Cidade Ademar, nossa profunda admiração.

Dessa maneira foi inevitável terminarmos mais este Sarau com um olho no gato e o outro no peixe, em outras palavras vibrando com os poetas da periferia sem deixar de olhar para um futuro que só se faz promissor.

Pode a elite preparar o circo que anestesia a vida, espetáculos para nosso povo ficar alheio ao seu destino, que a cura não tarda e não falhará, a cura pela cultura que prepara a revolução. É tudo nosso e se não for “nóis” toma!

Cláudio Dongo

2 comentários:

  1. Karalho em irmão que sensibilidade! 100 palavras!!


    Paulinho

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  2. Salve, salve a todos
    não deu pra chegar no
    SARAU.

    Mas parabéns pra todos,
    muita paz.

    Um forte abraço de Fuzzil

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