14.5.09

9° SARAU DA ADEMAR - 17/MAIO


Um comentário:

  1. Domingo de sol...
    Opa! Começamos bem!
    Confesso que uma emoção diferente me acompanha a caminho do 9o. Sara da Ademar. Mas por que? Já realizamos outras oito edições. “Hã!”
    Na realidade sei exatamente o porque desse “frisson” que atravessa de fora a fora meu estomago: É o tema! Claro que é o tema! Por quantas e quantas vezes evitei o debate de tema tão delicado para mim. Não... Nunca fugi de nenhum embate! Mas nas vezes que pude eu o evitei!
    “Resistência Negra” Discussões sobre a abolição da escravatura. Tema que outrora por muitas vezes tive que defender sozinha numa sala de aula do curso ginasial. Morrendo de vergonha, mas mesmo assim defendendo os valores que os meus pais me ensinaram e nos quais eu acreditava, concordava e acredito até hoje.
    Entretanto esse “frisson” vem com uma sensação aconchegante de conforto, de saber que não estou sozinha, que muitos hoje entendem o que é ser um povo subjugado por tanto tempo e cuja “abolição” de sua escravatura aconteceu apenas há 122 anos.
    Costumo dizer que não fiquei Neguinha depois dos 15 anos, eu nasci Neguinha... E ao longo desses anos vi, ouvi, cri e descri imediatamente, em coisas que muitos não ousam sonhar em seus piores pesadelos.
    O Sarau começa e a emoção vem aos borbotões, em goladas, golpes tal qual machadadas a cada novo poeta que se apresenta, a cada intervenção, pesquisas e dados históricos.
    Uma onda invade a todos por ali e poeta após poeta a emoção se renova, ora inundada por lágrimas, ora esbanjada em largos sorrisos de alegria e felicidade.
    Ao mesmo tempo se esvai do coração o temor de tempos difíceis, entra a sensação de fortaleza, de estar bem acompanhado... ahh muito bem acompanhada!
    E no final de toda discussão voltar sorrindo pra casa, deitar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos para tentar guardar o máximo possível daqueles momentos recém vividos.
    E ao buscar pela face de todos os meus queridos amigos, não consigo ver ao certo a cor de suas peles. Lembro me bem dos olhos de todos... Brilhavam tal birosca de gude. Mas a cor da pele mesmo... Lembro-me não, lembro-me não!

    Renata Dias
    Palavra Poder para o Povo!

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