8.7.09
SUJEITO
Tantas vezes a vida chama à guerra
ao trabalho, o sustento encerra
E íamos, dessa maneira sem saber o quê
transforma a esperança numa noite fria
E os anos que entreguei
agora retrospecto, chorei
Porque o tempo mata a vida,
agente mata o tempo
e a morte de uns,
mata agente de sofrimento
Numa dança de liberdade estranha
Na maioria das vezes, fanha
Lembra que é passagem
Nunca real
Quando lembrança, vira miragem
Então, tudo que se perde
se encontra de outro jeito
Sob nova luz,
sobre um novo sujeito
Percebo que o cativeiro não acabou
Escravo ainda sou
Do chicote ao salário
Do capataz ao gerente
Antes escravo, hoje operário,
trabalhador, secretário
Antes feridas de açoite
Hoje doença de postura, LER, tendinite
Stress, cirrose, gastrite
Do ciclo da cana, destruição do solo
E a ditadura do petróleo massacra os povos
Destrói vil o planeta
Mundo para carros,
para os homens: sarjeta
Antes colônia
Hoje colônia
Da Cupecê a Wall Street
Assim nos guiam sangrando
Na ironia de que ainda somos cativos
Neste mundo imprestável digo
A história se repete
De donos e escravos
patrões e empregados
De grilhões e algemas
De vida e morte
De achar que a solução é individual
Ou que ela está na sorte
Se o cativeiro nos faz latente
Em nossa face nos vem a história
De uma Palmares livre,
resistência, apogeu e glória
Exemplo que se ergue
Trajetória que se segue
Da luta que se trava
A vitória que se consegue
Por: Cláudio-Dongo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário