por te-lo e por ser belo
o cabelo
querem zero ou prende-lo
eu não quero
e o barbeiro amarela
na dele naquelas
sem atitude sem negritude
o branquela
não entende crespitude
racismo é engodo e seqüela
engorda os de lá
e os de cá esfarela
zelo o crespo com fulgor
negro zela com amor
para entendê-lo
berro, querela enterro
aquela falsa abolição
exijo mais pente afro
menos ferro, menos favela
mais terra e condição
o duro não é o cabelo
são as escolas e suas deixas
o sistema e suas brechas
o crespo é toda uma vida
quando livre suas madeixas
o cabelo por ser belo
ela fere ele ferra
a gente trata
tipo Fera
zera desmata
descarta e destrata
o crespo na sincera
os policiais querem guerra
prende e mata
sempre voraz
por ser belo o belo vai pondo
em minha cachola
os tiro e atola
os crime hediondo
supondo desbravar
guerrilhas e quilombos
orgulho negro é calombo
insulta o pais,
ai contamos os tombos
as estatísticas diz
conta pela cota,
Rotulo pela rota
Um a menos na facu
Mais uma vitima morta
duro é genocídio na birosca
Tombamos feito mosca
Não o crespo de mulher negra
Que ao natural sem regra
meu coração se enrosca
Por ser dread meu cabelo
Vem na minha ao vê-lo
O playboy não se continha
quer farinha quer maconha quer balinha
a patricinha confundiu-me com trafico
com furto, pela pele pelo cabelo
compreende-los como! Eu puto
nem tento, nem curto
chapo, mais nesse atento não surto
se apresento proposta a cata de crime mesmo puto
elas sorta porque gosta de um rata e gosta muito
de dia eu sou o feio sujo infeliz
suportando a cadeia de olhares hostis
pela pele é mole, duro não é o cabelo
eles são pavios tão acesos
quando não violentados
quando não presos
que enriquecem nossos olhares
tão vazios
Por ser crespo e por ser bela
Ela meu alicerce eu dependente dela
Não alisa, roube a brisa e firme o elo
Mulher preta e o cabelo sem duelo
Eu sei da treta sei, não resenho
É que o desenho, que nos desenham
Sempre feio sempre empenham
Que as pretas sempre tenham
Queixas pelas madeixas
Mais se encrespalo eu acasalo
Ou endredalo eternizo caso
Caso contrario entristeço adoeço
Sem sorriso vaso
Quero ela pra mante-lo passá-lo
o cabelo enraizalo e te-lo em outra geração
sempre macios os fios
tranças-labirintos fuga dos retintos
da opressão
que duro não é o cabelo
é o sistema e não alisa
quebra na emenda
juro entenda a persistência
do cabelo de mante-lo
crespo na essência
é orgulho político e resistência
Por: Akins Kinte
salve salve tamo junto familia
ResponderExcluirnessa luta-treta-letra-palavra-literatura-litera-rua de preto de favelado de louco de mulher de sofrido de detento de criança de meretriz de sorriso sobretudo de sonhadores......
tamo junto Akins kinte beijo no coração do-ceis