Resvala na alma
a paz intangível do ser
Fuga da tragédia
A calma que o mundo
finge não ter
A guerra se fez caminho
não aquela que liberta
que muda o destino
que encontra póstumo
o limbo que escraviza
Não é guerra
é genocídio
Invade o destino
estupra o peregrino
Finge nobre
mas tão bruta
posto a morte que nos assusta
Liberdade na boca é vala
corpo infantil
desmanchado exala
o cheiro de hoje,
mais forte será pela manhã
O canto da vingança é martelo
forte, pesado
indiferente ao estrago
fere veloz
Quem segura o cabo é o estado
Antes vítima, hoje algoz
Nessa faixa tão gaza,
tão gasta
podia ser festa
mas o dia novo não ingressa
Pesadelo no rosto da mãe na janela
acompanha a chegada do foguete
Cata os cacos dos seus, inertes
Pé na porta
o demônio usa capacete
O mundo a noite é solidário
nem que seja na hora do jornal
ou até um jogo qualquer começar
Alá venha nos salvar
Quando for nossa a vez
de morrer solitário
Cláudio Dongo
a paz intangível do ser
Fuga da tragédia
A calma que o mundo
finge não ter
A guerra se fez caminho
não aquela que liberta
que muda o destino
que encontra póstumo
o limbo que escraviza
Não é guerra
é genocídio
Invade o destino
estupra o peregrino
Finge nobre
mas tão bruta
posto a morte que nos assusta
Liberdade na boca é vala
corpo infantil
desmanchado exala
o cheiro de hoje,
mais forte será pela manhã
O canto da vingança é martelo
forte, pesado
indiferente ao estrago
fere veloz
Quem segura o cabo é o estado
Antes vítima, hoje algoz
Nessa faixa tão gaza,
tão gasta
podia ser festa
mas o dia novo não ingressa
Pesadelo no rosto da mãe na janela
acompanha a chegada do foguete
Cata os cacos dos seus, inertes
Pé na porta
o demônio usa capacete
O mundo a noite é solidário
nem que seja na hora do jornal
ou até um jogo qualquer começar
Alá venha nos salvar
Quando for nossa a vez
de morrer solitário
Cláudio Dongo
A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO
ResponderExcluirExiste uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias, e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
Educação enferruja por falta de uso.
Lidiane (Lid´s)