28.4.09
22.4.09
21.4.09
Faixa de Gaza
Resvala na alma
a paz intangível do ser
Fuga da tragédia
A calma que o mundo
finge não ter
A guerra se fez caminho
não aquela que liberta
que muda o destino
que encontra póstumo
o limbo que escraviza
Não é guerra
é genocídio
Invade o destino
estupra o peregrino
Finge nobre
mas tão bruta
posto a morte que nos assusta
Liberdade na boca é vala
corpo infantil
desmanchado exala
o cheiro de hoje,
mais forte será pela manhã
O canto da vingança é martelo
forte, pesado
indiferente ao estrago
fere veloz
Quem segura o cabo é o estado
Antes vítima, hoje algoz
Nessa faixa tão gaza,
tão gasta
podia ser festa
mas o dia novo não ingressa
Pesadelo no rosto da mãe na janela
acompanha a chegada do foguete
Cata os cacos dos seus, inertes
Pé na porta
o demônio usa capacete
O mundo a noite é solidário
nem que seja na hora do jornal
ou até um jogo qualquer começar
Alá venha nos salvar
Quando for nossa a vez
de morrer solitário
Cláudio Dongo
a paz intangível do ser
Fuga da tragédia
A calma que o mundo
finge não ter
A guerra se fez caminho
não aquela que liberta
que muda o destino
que encontra póstumo
o limbo que escraviza
Não é guerra
é genocídio
Invade o destino
estupra o peregrino
Finge nobre
mas tão bruta
posto a morte que nos assusta
Liberdade na boca é vala
corpo infantil
desmanchado exala
o cheiro de hoje,
mais forte será pela manhã
O canto da vingança é martelo
forte, pesado
indiferente ao estrago
fere veloz
Quem segura o cabo é o estado
Antes vítima, hoje algoz
Nessa faixa tão gaza,
tão gasta
podia ser festa
mas o dia novo não ingressa
Pesadelo no rosto da mãe na janela
acompanha a chegada do foguete
Cata os cacos dos seus, inertes
Pé na porta
o demônio usa capacete
O mundo a noite é solidário
nem que seja na hora do jornal
ou até um jogo qualquer começar
Alá venha nos salvar
Quando for nossa a vez
de morrer solitário
Cláudio Dongo
14.4.09
Domingo periferia
A vida explode em sinfonia
Sons de todos os tons pulverizam o último sono,
Chama por um novo dia
Gatos fazem arruaça no telhado
Vizinho papagaio,
não acho o saco de carvão
Pela janela a luz do dia invade
Na rua profusão de movimentos
Sacolas de feira
Bíblias na mão
Chuteiras com barro
Um grito estridente ecoa
A criança caiu do telhado
Tirava o pipa enrolado
da antena de televisão
Nada grave,
joelho ralado
e as pedaladas da mãe
aumentavam a diversão
O caminho da padoca é curto
Estridente uma bicicleta freia,
quase manda a tia da empada longe
Da fila do pão ainda ouço seus xingamentos
cortados por um amigo de escola
embriagado no balcão
A cachaça que anima também descortinao
salário acaba e a esposa da calçada ralha
Convite ao um churrasco do amigo
do meio irmão do ex-cunhado
fartura, alegria e escárnio
ali, começar outra bebedeira
Deixo pra depois
com pressa vou à feira
Na barraca do caldo de cana
a ressaca se esvai
Do vinagrete turvo do pastel observo
Que mulher rica em depressão
vai na farmácia comprar prozac,
já mulher pobre,
bota um decote
e vai pra feira comprar tomate
Almoço é,
frango na TV de cachorro
farofa amarela e um tira gosto
Assim o domingo vai
Clássico no estádio
Sarau da Ademar
um dia a mais pra celebrar
Porque na minha quebrada
tem poesia
tem verso alegre, triste
de protesto, de amor
tem rap e rock and roll
Samba, MPB e tem até ator
Mas o que mais tem é gente
que pensa junto,
pra fazer um mundo diferente.
Cláudio Dongo
Sons de todos os tons pulverizam o último sono,
Chama por um novo dia
Gatos fazem arruaça no telhado
Vizinho papagaio,
não acho o saco de carvão
Pela janela a luz do dia invade
Na rua profusão de movimentos
Sacolas de feira
Bíblias na mão
Chuteiras com barro
Um grito estridente ecoa
A criança caiu do telhado
Tirava o pipa enrolado
da antena de televisão
Nada grave,
joelho ralado
e as pedaladas da mãe
aumentavam a diversão
O caminho da padoca é curto
Estridente uma bicicleta freia,
quase manda a tia da empada longe
Da fila do pão ainda ouço seus xingamentos
cortados por um amigo de escola
embriagado no balcão
A cachaça que anima também descortinao
salário acaba e a esposa da calçada ralha
Convite ao um churrasco do amigo
do meio irmão do ex-cunhado
fartura, alegria e escárnio
ali, começar outra bebedeira
Deixo pra depois
com pressa vou à feira
Na barraca do caldo de cana
a ressaca se esvai
Do vinagrete turvo do pastel observo
Que mulher rica em depressão
vai na farmácia comprar prozac,
já mulher pobre,
bota um decote
e vai pra feira comprar tomate
Almoço é,
frango na TV de cachorro
farofa amarela e um tira gosto
Assim o domingo vai
Clássico no estádio
Sarau da Ademar
um dia a mais pra celebrar
Porque na minha quebrada
tem poesia
tem verso alegre, triste
de protesto, de amor
tem rap e rock and roll
Samba, MPB e tem até ator
Mas o que mais tem é gente
que pensa junto,
pra fazer um mundo diferente.
Cláudio Dongo
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